Uma menina, uma flor

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1236430_10151615234027407_821367948_nEu nunca fui muito chegada em floricultura – só sei os nomes mais comuns (rosas, lírios, margaridas…), não entendo muito bem como é feita a medição de água para colocar no vaso, e sempre me confundo com os tipos de adubo. E também não paro para pensar muito a respeito.

Mas, em uma segunda-feira corrida e chuvosa, minhas perspectivas mudaram um pouco: me deparei com um girassol grande e lindo. Devo ter passado uns dez minutos encarando-o, apreciando as pétalas, admirando a pose imponente de quem sabe que está na direção certa. Eu não podia tirar os olhos da flor; era tão bonita que logo me senti feliz, sorrindo como uma boba – como se o mundo fosse um lugar de pessoas sorridentes e girassóis exuberantes.

Não resisti. Comprei a flor, levei-a pra casa e, pela primeira vez, cuidei de uma planta. Pesquisei sobre a espécie, sobre as representações mais comuns (aparentemente, ela é o símbolo da alegria e do otimismo) e sobre as melhores formas de cuidar. E, já que eu ocupava tanto meu tempo com ela, achei justo dar-lhe um nome: Sunny. Não preciso dizer que, antes que eu desse por mim, já estava conversando com ela.

Tivemos altos papos sobre -claro- homens, chateações da vida cotidiana e alegrias inesperadas. É incrível falar com uma flor, e eu recomendo: como uma sessão de terapia. A diferença é que, com a Sunny, eu sabia que podia falar sobre qualquer coisa e ainda sentir que minha intimidade estava preservada e meus segredos em segurança. Não que eu tenha muitos. Segredos, digo.

Enfim. Como São Pedro fez o favor de bloquear o sol por cerca de duas semanas em São Paulo, a Sunny perdeu um pouco do vigor inicial: fechou, porque não tinha sol para seguir. Mas ela continua firme e forte, e tenho certeza de que logo logo, ela se abrirá para o mundo novamente. E sabe como eu sei? Ela me contou.

texto por Gabrielle Winandy

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