Apostas para o Oscar de Melhor Filme

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E uma das épocas mais legais do ano [para quem gosta de cinema] chegou: a temporada de premiações e, claro, o Oscar! Em sua 90ª edição, o prêmio tem nove indicados concorrendo à grande honra da noite, a estatueta de Melhor Filme. Nomes como Três Anúncios para um Crime e A Forma da Água, que foi o recordista de indicações sendo nomeado 13  vezes, figuram entre os favoritos, mas podemos nos surpreender.

A cerimônia acontece neste domingo, 4, às 22h pelo horário de Brasília. Enquanto a cerimônia não acontece, veja os nossos palpites sobre os indicados:

ME CHAME PELO SEU NOME

Explorando o desabrochar de um romance proibido, o longa de Luca Guadagnino conta a história do jovem e sensível Elio (Timothée Chalamet), um garoto americano com ascendência italiana e francesa. Passando o verão na Itália junto com sua família, ele vê seu mundo mudar quando Oliver (Armie Hammer) um atraente pesquisador mais velho, surge para ajudar seu pai em um projeto. Aos poucos, ambos vão se aproximando e uma relação secreta e muito delicada surge entre os dois.

Palpite Sttela: Um dos filmes mais falados do momento, Me Chame Pelo Seu Nome, é um concorrente que pode surpreender. Com uma trilha sonora belíssima, ele retrata a relação entre Elio e Oliver com uma beleza quase poética. Se levar a estatueta, será um pouquinho do Brasil também, afinal, um dos seus produtores é o brasileiro Rodrigo Teixeira.

O DESTINO DE UMA NAÇÃO

Acreditamos que um dos trabalho mais difíceis de fazer no cinema é viver o papel de uma pessoa que existiu realmente, ainda mais uma pessoa com personalidade muito forte. Gary Oldman vivendo Winston Churchill em O Destino de Uma Nação mostra a entrega completa de um ator ao papel que lhe foi designado. A trama narra o período em que o “temido” primeiro ministro do Reino Unido precisou contrariar integrantes do governo para manter sua posição contra a política de guerra de Hitler. Um filme que trata o jogo político e a ligação com o povo.

Palpite Marina: Muito difícil levar melhor filme, mas o prêmio de melhor para Gary Oldman é quase certo, se não já garantido. Implacável, com os mesmos vícios e trejeitos de Churchill, o ator se entregou ao personagem e conseguiu revivê-lo com perfeição nas telas do cinema.

DUNKIRK

Dirigido por Christopher Nolan, o filme, que narra de maneira não linear os acontecimentos em ar, terra e mar da operação Operação Dínamo, conhecida como a Evacuação de Dukirk. Frenético e intenso, ele mostra como soldados aliados da Bélgica, vindos da França e do Império Britânico, correm contra o tempo para escapar do cerco à cidade, na qual estão sitiados.  O espectador acompanha, ao mesmo tempo, o civil britânico Dawson (Mark Rylance) em alto mar utilizando seu barco para ajudar no resgate, um confronto no céu, onde o piloto Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo e uma semana na praia, onde o jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) faz de tudo para escapar.

Palpite Sttela: Dunkirk surgiu como possível indicado ao Oscar ainda em sua estreia, em julho de 2017. Bem ao estilo do diretor, ele explora as forças e fraquezas humanas em meio a um cenário caótico. Talvez surpreenda, mas não acredito que leve como melhor filme.

Palpite Marina: Não acredito que leva Melhor Filme, mas talvez fature a estatueta de Melhor Trilha.

CORRA!

Recheado de ironia e uma surra de críticas sociais, Corra! é um verdadeiro tapa na cara. Dirigido por Jordan Peele, o filme mostra os estranhos eventos que começam a ocorrer quando Chris (Daniel Kaluuya), um jovem negro,  vai conhecer a família de sua namorada Rose (Allison Williams), uma jovem branca. A princípio, o comportamento excessivamente receptivo da família da moça o faz acreditar que esse é apenas o modo de ser dos Armitage. Porém, com o passar dos dias, Chris percebe que há coisas muito perturbadoras acontecendo naquela casa.

Palpite Sttela: De uma maneira muito inteligente, Corra! aborda todos os preconceitos – velados e explícitos – contra pessoas negras e a forma como, em muitas das vezes, a simpatia é uma forma de esconder o racismo. Forte, o longa é um dos que mais podem surpreender hoje.

LADY BIRD

Com um roteiro simplista, dificilmente Lady Bird levará o grande prêmio da noite. O filme é interessante, ao mesclar a relação familiar da adolescente Christine “Lady Bird” McPherson e o amadurecimento no último ano da escolha, com a escolha de um futuro promissor que a levará para longe da cidade de Sacramento (a qual odeia por falta de cultura). Basicamente a trama relata a vida comum de uma menina de 17 anos e todas as dúvidas e escolhas que rondam sua atual existência.

Palpite Marina: O longa poderia ser mais criativo, se falando de roteiro. As atuação são razoáveis e mesmo a protagonista, interpretada por Saoirse Ronan, que cumpriu um papel simples, dentro do esperado. O que mais chamou minha atenção foi a edição da trilha sonora, que para subitamente, adicionando um quê de emoção.

TRAMA FANTASMA

Dirigido por Paul Thomas Anderson, Trama Fantasma conta a história de Reynolds Woodcook (Daniel Day-Lewis), um renomado estilista que, junto à irmã, Cyril (Lesley Manville), é responsável por vestir membros da elite britânica e até mesmo da realeza. Em busca de inspiração, ele vive trazendo e dispensando “musas” de sua vida, até conhecer Alma (Vicky Krieps). Diferente de qualquer mulher que já conheceu, ela entra em sua vida e transforma o seu mundo e sua carreira.

Palpite Sttela: Com figurinos lindos [o filme se passa na década de 1950, aliás] e uma fotografia extremamente bela, Trama Fantasma figura entre os mais fortes concorrentes ao Oscar. Sua história vai se desenvolvendo tal qual uma costura, mostrando o lado ruim de um relacionamento a cada agulhada.

THE POST – A GUERRA SECRETA

Dirigido por Steven Spielberg e com Meryl Streep e Tom Hanks como protagonistas, é para se afirmar, com toda a certeza, que o filme é incrível, o suprassumo dos indicados ao Oscar. Mas digamos que a expectativa não foi atendida. O filme é interessante, conta a história do vazamento dos “Pentagon Papers”, documentos secretos das ações do governo americano no Vietnã, na guerra ocorrida entre 1955 e 1975. O filme é bem roteirizado e encenado, mas nada além do esperado. Agora alguns detalhes devem ser pontuados e notados: o poder feminino em ascensão na figura de Katherine Graham, diretora do The Washington Post, subestimada por banqueiros e pelos homens de colarinho branco que dominam o mundo da imprensa no final da década de 70. Claramente no início do filme, Kay é rodeada por esse homens que a julgam e inferiorizam como uma “mulher que vai gastar todo o dinheiro dos acionistas”, em um movimento que vai colocar o jornal na bolsa de valores. Mas, ao longo do filme, a personagem ganha mais personalidade frente ao real papel da imprensa (devem ser livres e servir à nação e não ao governo), após a grande decisão relativa aos Pentagon Papers, Kay aparece rodeada de mulheres.

Palpite Marina: Não sei se ganha alguma estatueta, possivelmente não, pois está concorrendo com filmes mais interessantes. Com todo nome que Meryl Streep carrega, ela fez uma personagem insegura profissionalmente, mesmo no cargo mais alto de um jornal. Admiro-a em papéis mais fortes, com personalidades marcantes, nesses ela arrasa e leva os merecidos Oscars.

A FORMA DA ÁGUA

Livremente inspirado em O Monstro da Lagoa Negra (1954), de Jack Arnold, o longa narra a singular e muito bela história entre a faxineira muda de um laboratório secreto dos Estados Unidos durante a Guerra Fria, Elisa Esposito (Sally Hawkins) e uma misteriosa criatura marinha (Doug Jones). Ao poucos, Elisa se afeiçoa pela criatura, que é mantida presa no local, e para tentar salvar seu amor, ela se se arrisca em um complicado e ousado plano de resgate junto a seu vizinho e amigo Giles (Richard Jenkins) e à colega de turno Zelda (Octavia Spencer).

Palpite Sttela: Com 13 indicações, não dá para negar que A Forma da Água é um forte concorrente à estatueta, porém, por mais bonita e aclamada, não consigo ver a história conquistando o prêmio de Melhor Filme. É possível que vença em outras categorias, especialmente Melhor Direção para Guillermo Del Toro, mas dificilmente será o grande vencedor da noite.

TRÊS ANÚNCIOS PARA UM CRIME

Com atuações brilhantes e roteiro bem definido, o longa Três Anúncios para Um Crime fala sobre raiva. Mildred Hayes (Frances McDormand) perde sua filha em um crime horrendo, ocorrido na cidade de Ebbing, Missouri e, percebendo o descaso da polícia local em encontrar o culpado, contrata três outdoors polêmicos em uma estrada monótona. Com reações explosivas e certeiras, Mildred enfrenta as autoridades e desafia o xerife Bill Willoughby e o policial Jason Dixon, ficando isolada em relação à opinião pública – ninguém na cidade apoia os outdoors e acham que a mãe, vivendo a dor da perda da filha, foi longe demais, desrespeitando a decência e carreira do xerife. Aliás, o próprio Dixon , policial assistente do Willoughby, é um personagem com raiva dissipando pelos poros, incontrolável em várias situações em que explode com outros habitantes da  remota cidade.

Palpite Marina: Na minha opinião de amadora, fiquei encantada com as atuações excepcionais e personagens fortes (mesmo os , como a mãe do policial Dixon), com certeza o filme leva algumas estatuetas. Torcendo para Frances McDormand na categoria de melhor atriz, e também para Woody Harrelson ou Sam Rockwell na de ator coadjuvante, ambos com atuações impecáveis. Agora, quanto ao melhor filme, acho difícil ganhar.

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